Entrevista com a Presidente
- dfabraci
- 1 de dez. de 2015
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Entrevista com Lucinete Andrade, presidente da Abraci-df:

“O que me motiva é a esperança de que um dia poderemos oferecer o melhor tratamento para os nossos filhos”.
Há cinco anos, a conselheira tutelar Lucinete Andrade (42) está à frente de um projeto que vem mudando a vida de 46 famílias do Distrito Federal e Entorno que têm crianças autistas em casa. A inspiração para ser a presidente da ABRACI-DF está dentro de casa. Lucinete é mãe da pequena Mayara Andrade, que foi diagnosticada com o transtorno nos primeiros anos de vida.
As dificuldades para manter ABRACI-DF são várias. A instituição não recebe nenhum suporte
governamental. Só para se ter uma ideia, nem mesmo o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento especializado para os autistas. As dificuldades, no entanto, não abalam Lucinete: “O que me motiva é a esperança de que um dia poderemos oferecer o melhor tratamento para os nossos filhos”.
Nesta entrevista ao Jornal da Abraci-DF, Lucinete Andrade fala, entre outros assuntos, sobre como surgiu a Associação e da importância do serviço oferecido às famílias com crianças autistas.
JA - Como surgiu a ABRACI-DF?
A ABRACI-DF-DF nasceu de um grupo terapêutico formado em 2007, em uma pesquisa da UNB, e tinha à frente a psicóloga Micheline Silva, que instruía os pais com várias técnicas colaboravam no desenvolvimento das crianças. Logo após a sua volta, o grupo verificou ser caríssimo no Brasil a terapia e a partir daí, em 2010, o grupo resolveu criar a ABRACI-DF.
JA - O que motivou você a ficar à frente desse trabalho?
O que me motiva, como mãe de criança autista, de estar sempre à frente da ABRACI-DF, é a esperança de que um dia poderemos oferecer o melhor tratamento para os nossos filhos, e que esse tratamento seja, futuramente, acessível a todas as famílias
JA - O autismo tem cura?
Não, o autismo não tem cura. O que existe é uma melhora significativa do quadro, principalmente quando o tratamento começa cedo e seja ininterrupto ao longo da vida do individuo. Inclusive, vale lembrar que os casos discretos narrados de que a pessoa saiu do quadro não pode ser tratado como via de regra.
JA - Quais a importância do serviço que a instituição oferece para as crianças autistas do DF e Entorno?
A importância está exatamente no principal foco do nosso trabalho: a instrumentalização dos pais, pois, apesar não oferecemos o tempo de tratamento suficiente, por questões de estrutura, o que prevalece é que a família sempre saberá lidar com essa criança, adolescente e, posteriormente, o adulto.
JA - Quais são as maiores dificuldades que a ABRACI-DF enfrenta hoje?
As maiores dificuldades estão em alcançar os objetivos de aumento do tempo em terapia e de multidisciplinaridade, ou seja, atendimento com fonoaudiólogo, psicopedagogo, terapeuta ocupacional. E isso, no momento, é inviável, uma vez que não temos convênios público ou privado.
JA - Quem quiser ajudar, precisa fazer o quê?
Basta entrar em contato pelo (61) 8193-8317, ou ir pessoalmente à instituição nas terças-feiras, no período da tarde. A nossa sede fica na SRES, Área Especial L, lote 09, atrás da administração regional do Cruzeiro.
Afinal, o que é o autismo?
O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. Geralmente, é marcado por três características fundamentais:
* Inabilidade para interagir socialmente;
* Dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos;
* Padrão de comportamento restritivo. erepetitivo.
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